quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Apanha-se mais rapidamente um mentiroso que um cocho..

Desculpem-me todos os que nao fazem a minima ideia de que se trata, mas alguem que ja passou mais de um dia com esta interface vai perceber o nivel de quem disse isto:

E depois isto transmite para a linha RS... trezentos... e vinte... e tres...

Apenas abanei a cabeca :)




Parabens


Nao quero deixar passar este dia sem expressar a minha admiracao pela visao, crenca e persistencia deste Homem...

Diferencas culturais?

Conversa com uma colega chinesa:

Ela: Entao, foste receber os teus pais ao aeroporto? (O aeroporto fica a uns 200km de minha casa)
Eu: Nao, como eles alugaram um carro, vieram ate' aqui.
Ela: Na China nao seria nada educado nao os ires receber!
Eu: ... (Silencio) ... pois...

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

O Povo e' que sabe??

Naturalmente faz sentido confiarmos no saber acumulado pelo povo. Afinal foram anos de consolidacao de conhecimento que temos agora ao nosso dispor para gerir a nossa vida tendo em conta a experiencia acumulada. Normalmente sob a forma de poverbios e meta'foras conseguimos identificar-nos e com isso definir um rumo para no's...

... mas pensando apenas em proverbios, rapidamente encontramos combinacoes como:

"Quem espera, desespera"
e... "Quem espera, sempre alcanca"

Ou histo'rias contradito'rias como a famosa "Efe'mera" e a "Cigarra e formiga". Se a Efe'mera vivesse mais um dia, bem que acabava como a cigarra!

Foram dois exemplos que me lembrei imediatamente... Se calhar convem usar outra fonte de conhecimento para tomar qualquer decisao :)

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Everything we see hides another thing, we always want to see what is hidden by what we see

René Magritte



Pela manha, reparei que estava algue'm do outro lado do espelho. Tinha nos seus olhos o meu reflexo. O olhar dele brilhava um triste entusiasmo, sem nenhuma expressao na moldura dos olhos. Com uma curiosidade indiferente olhava para mim, parecendo questionar-se sobre o que o impedia de contrair o olhar para longe. Sentia que olhava mas nao me via. Nao me atrevi a mexer e ele tambe'm assim permaneceu. Observei o meu reflexo nos olhos dele. Estava pequenino e distante. Nao vi cor nenhuma em mim, apenas uma sombra. Lentamente o brilho aumentou de forma tre'mula, desfocando-me. Senti algo a descer lentamente na minha face fixando-se nos labios. Saborei a tristeza dele. Fechei os olhos e desaparecemos.

sábado, 14 de fevereiro de 2009

Manha de Ontem

Após uma semana com umas extensoes da minha altura presas aos pés, que permitiam o deslocamento em cima da neve em superficies inclinadas, ontem, na agradavel manha de sol decidi voltar a por as laminas para me deslocar na supercifie congelada e escorregadia :)

O Sol estava visivel e o céu azul o que é uma surpresa nesta altura nos Paises baixos! E para alegrar ainda mais o dia, ao sair de casa ver na minha caixa de correio (real) mais uma surpresa :) Voltei para casa para abrir e ler tudo com calma e fui com um sorriso para o ringue.

Ao som do "Learning to fly" dos Pink Floyd que lá ecoava deixei de me concentrar nos movimentos para desfrutar da velocidade e do gracioso deslizar no gelo. Fiquei depois a ver os pequenitos a brincar no gelo. Um grupinho de rapazes a perseguir as duas "amiguinhas", um rapaz a brincar sozinho com uma menina, uma rapariga no meio do grupo de rapazes a gritar com eles. Ri-me pois encontramos esta mesma distribuição de personalidades em todo o lado. Identifiquei-me com eles. Lembrei-me de quando fui assim e pensei que daqui a uns anos eles também serão como eu sou agora. Gostei mesmo de pensar nisto e de sentir como me tornei na pessoa que no fundo sempre fui.

Há dias para tudo

Há dias para tudo... hoje, o dia de S. Valentim, costuma ser o chamado dia dos namorados.

Considero sempre engraçado haver alturas especiais para algo. Cria em nós uma antecipação do acontecimento, tal como esperamos por um bolo no forno quando estamos com fome. Toda a antecipação faz-nos apreciar e imaginar o bolo sendo isso quase tão bom como depois o bolo em si. E ao finalmente este estar pronto, apreciamos muito mais o seu sabor.

No entanto não compreendo o que se passa neste dia. Aparentemente todos decidem ser ou normais ou anormais conforme o ponto de vista. São normais pois neste dia decidem ser aquilo que deveriam ser todos os dias para a cara metade e parece que se transformam. Isto nem sempre resulta muito bem, pois todas as lojas tentam convence-los das pirosices que podem oferecer ou das banalidades que naquele dia estão inflacionadas em alguns factores. Acabam por ir jantar a algum sitio esperando uma hora para terem mesa o que estraga os planos a quem naturalmente nao sabe o que dizer para conquistar quem levou a jantar. Durante o jantar oferecem o peluche com um coracao e obtem a resposta: "Oh... que surpresa... não estava à espera...". Observando isto tudo de fora apenas posso pensar: Que anormais...!

É simples perceber o que é necessário para se ser romantico. Basta acreditar com todo o coração nos sentimentos que temos pela pessoa que tão bem conhecemos e naturalmente descobriremos o que nela desperta todo o sentimento por nós. E finalmente, fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para conseguir realizar isso.

Um Feliz dia de Sao Valentim :)

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Para a professora Sandra que referi no ultimo post...

Tenho de tirar este peso de cima de mim! Naquele teste em 1997 numa sexta feira 'as 17h, em que desconfiou de mim por estar a ver sempre as horas e me mandou ir ao quadro escrever os nomes dos Aldei'dos...

... eu tinha no relogio um papelzinho com esses nomes.

Nao conseguindo evitar uma desculpa, o melhor que temos a fazer e' mesmo pedi-la :)
Em 1997 estava no 10 ano. Tinha na altura um fantastico Pentium a 60Mhz (os primeiros!), com 32Mb de RAM, e 2.2Gb de disco. Tendo aulas 'a tarde passava a maior parte das manhas neste computador. Um amigo que tinha um scanner de mao (alguem ainda se lembra?), digitalizou-me a primeira pagina do livro de ponto (contendo as fotografias de todos), e durante as manhas brincavamos com o Ulead Photoimpact, que permitia de uma forma relativamente avancada fazer edicao de imagem. Relembro que nesta altura nao tinha ainda internet, por isso o acesso a imagens era relativamente restrito. Com as fotografias disponiveis, e um cerebro de adolescente, claro que a brincaddeira principal era usar as fotos para fazer montagens de toda a gente em certos contextos. Algumas pessoas comecaram a nao achar graca a estas brincadeiras que faziamos, pois literalmente gozavamos com elas. Houve uma altura que isto se tornou num problema, que terminou quando a Professora Sandra de Ciencias da Terra e da Vida me fez pedir desculpas publicamente em frente ‘a turma toda e a escrever no quadro uma frase que nunca mais me esqueci:

“As Desculpas nao se pedem… evitam-se”

Direitos

Imaginemos duas familias em que que vivem na casa uma ao lado da outra. (Neste contexto nao existem leis, tribunais, apenas etica). O Homem da casa da esquerda ausenta-se por um longo periodo e leva consigo o filho mais velho, pedindo ao visinho da direita para tomar conta da casa enquanto este esta' fora.

Passado anos, a familia da direita cresce e os netos desta sao criados na casa da esquerda. Os dois Homens entretanto falecem, e os netos do pai da esquerda vao para a casa do avo e pretendem que os netos do Homem da direita saiam de la'. Os netos da esquerda recusam-se.


Quem deve ficar na casa?

Algumas factos e perguntas a incluir na reflexao:

- Os netos do Homem da direita conheceram aquela casa como sendo a deles, sem saberem do acordo entre os avos.
- Os netos do Homem da esquerda nunca conheceram a casa, apenas o Avo lhe contou sobre a existencia.
- O facto de algo ter pertencido em tempos a um antepassado, deve dar-nos o direito a isso, mesmo que nunca tenhamos usufruido?
- Por estarmos num sitio ha' uma geracao, da-nos o direito de o considerarmos nosso?
- O nosso julgamento da questao seria' o mesmo se isto acontecesse mais algumas geracoes 'a frente?

domingo, 8 de fevereiro de 2009

Fobias...

Primeiro dia:

Ele: Vamos naquela preta?

Fiquei a olhar fixamente para ele. A visao da pista vazia que vimos de relance enquanto subiamos no elevador comecou a substituir a visao da cara coberta pelo capacete e o oculos enormes. O ecoar dos meus pensamentos de quando vi a pista, que na minha imaginacao se enquadra na definicao de precipicio, encheram-me totalmente a cabeca.

Ele: Jacek?
Eu: Claro que sim, não brinques!

Tomei a decisao entre a cor vermelha e a preta, o lado esquerdo ou direito. Virei naturalmente para o direito, passando o ponto de nao retorno. Nao havia maneira de descer por outro sitio. Descemos lentamente a primeira parte pouco ingreme parando energeticamente na ponta do declive. Espreito para baixo. Senti os testiculos contrairam-se tanto que fiquei com a sensacao de os ter no estomago. Senti o peito a perder o ar todo e as pernas a tremer. A antecipacao do perigo faz-me imaginar que se me contrair e fechar os olhos quando os abrir estarei num sitio confortavel. Abro novamente os olhos sufocado de nao ter respirado..

Não há outra forma de encarar isto...

Encho com toda a forca que tenho os pulmoes de ar e dou o impulso na direccao do declive. Sinto o aumento de velocidade exponencial enquanto o meu estomago cada vez mais se funde com os pulmoes. A concentracao sobe a um ponto que sinto as pernas a querer deixar de responder. Sinto-me a cair. Contrario tudo isto com rapidos movimentos da anca balancando os skis alternadamente de lado e sinto o controlo sobre a queda. A velocidade torna-se vertiginosa e a consciencia do perigo aumenta. O caminho afunila numa curva obrigando a prever os movimentos que farei nos proximos segundos ou dezenas de metros à frente. O declive diminui ligeiramente, permitindo por segundos um controlo maior, apenas para antecipar a proxima queda. Desta vez sinto a neve tremer debaixo de mim, enquanto me contraio e inspiro o mais fundo que consigo, aumentando a concentracao e reflexos ao maximo. Sinto que estou sob controlo. Sinto que consigo desafiar a gravidade. Sinto pela primeira vez a adrenalina de nao parar e sentir um prazer de ter o controlo sobre a montanha. Disfruto dos movimentos um por um, sinto a respiracao cada vez mais controlada enquanto a vista comeca a alcancar a ultima descida. Nada me parece dificil após aquela pista, mas o medo ainda permanece presente. Desco e paro. Olhando para cima ainda revejo todos os perigos e possiveis quedas. Ainda sinto vertigens apesar de estar firme. Visualizo-me ainda em perigo. O estomago nao quer voltar ao estado normal...

Durante a semana toda não consegui voltar a esta pista...