quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Grandes cidades

A vida numa grande cidade tem regras de que ninguem fala, mas que tendemos a seguir cegamente. Nao e' permitido olhar ninguem nos olhos, nao e' possivel parar. Todos estao sempre em constante movimento, e os sitios para se parar estao publicamente destinados a isso. Todos aqueles que param no canto de uma rua, se sentam no passeio, que fixam o olhar de alguem no metro, provocam medo a quem repara neles que se afastam na primeira oportunidade.

E' suposto o caminho para o seu destino ser o mais rapido e impessoal possivel, apesar de o destino ser muitas vezes uma fraccao do dia, quando comparado com o caminho a percorrer.

Sera' que cada um tem realmente uma vida tao independente de todos os que o rodeiam?

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Ausencia Geek

Depois de uma certa ausencia no blog... deixo aqui um texto que escrevi num blog complementar a este. Depois de reler achei que merecia uma promocao a post :)

Para mim a mulher perfeita deveria ser bonita com a facilidade do VTK, mas com o poder do OpenGL, a versatilidade interna do Qt com a simplicidade do FLTK e a elegancia visual do GTK.. deveria conseguir ver-me como o OpenCV, analisar problemas com a simplicidade do MATLAB e a rapidez do C++, mas isto com a elegancia do Python... Nao deve ser fechada como o Windows mas abrir e expor os seus problemas como o Linux. Nao quero uma mulher na versao 5.0, mas uma na sua versao <1.0, tal como eu sou, para podermos juntos crescer e fundir-nos numa unica aplicacao na sua versao 1.0.


E acho que com isto vou voltar aos meus algoritmos...

(Espero nao ter chocado ninguem )

segunda-feira, 5 de outubro de 2009


Jacek Kustra, 4 Outubro 2009


O vento gelado que arrepia enquanto envolve faz acreditar que a natureza em toda a sua grandeza pode ser desafiada. Deixamos de aceitar as suas leis e decidimos contrariar as suas regras. O preco a pagar por esta independencia torna-se a total dependencia de apenas nos proprios.

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Diferenças

Isto passou-se há uma semana atrás. Um rapaz Indiano perguntou-me:

Ele: Tu és Portugues?
Eu: Para todos os efeitos sim..
Ele: Porque é que os Portugueses se riem do meu nome?
Eu: Sei lá, como é que te chamas?
Ele: Varada
Eu: Nao faço ideia...
Ele: Ok, obrigado
Eu (passado uns minutos): LOL Oh que c******

Isto é que é um post..ahh?

:) Enquanto lia este post da Andreia, lembrei-me das pessoas tambem do sul, que ao elogiar dizem sempre um "ahh?" no fim. Por exemplo:

Isto está mesmo bom, ahh?!
Fizeste um bom trabalho, ahh?!
Hoje estás muito bonita, ahh?!

O que será que pensam ao dize-lo? Deve ser algo do tipo:

"Sou mesmo eu que te estou a elogiar, olha diz aí o que achas do meu elogio, ahh?"

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Missao


J. van Genugten, 2004, Suica

Atingido por um raio de luz apenas sente o confortavel calor entre o ar seco e frio predominante nas encostas que o sol ja' nao ilumina. A sua vida esta' dependente do que sente. O que precisa e o que adora sao no fundo conceitos iguais. E' para ele mais importante sentir do que pensar. Apenas a sobrevivencia da especie se sobrepoe 'as suas emocoes. Sente cada rajada de vento, cada ramo sobre o qual pousa e a cada instante de repouso sente verdadeiramente o seu descanso. Vive cada dia como se este fosse o ultimo, nao se questionando sobre quando isso sera' verdade. Nao precisa, isso apenas alteraria a sua missao no mundo: Sobreviver.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

5 segundos

Era apenas uma pessoa no meio da multidão que a cada paragem se alterava ligeiramente. Fixando sentado a janela do metro, esta alternava a sua imagem reflectida durante a passagem pela paisagem escura dos tuneis com a luz incadescente das paragens. Questionava-se porque manha apos manha acordava sem nenhuma reaccao, apenas seguindo a rotina de se levantar, vestir, ver o reflexo da sua ausencia de expressao no espelho e sair de casa em direccao ao emprego. O metro parou, cuzando-se com outro vindo da direccao contraria. A mesma expressao olhava para ele do outro lado enquanto se cruzaram. Os seus rostos levantaram-se segurando o olhar um do outro.. Levantando lentamente a mao ela tocou no vidro que a impedia de estender este mais longe. O coracao dele acelerou compreendendo subitamente as razoes que o levavam diariamente a seguir uma rotina, esta fazia parte de algo maior que idealizava na vida, que nesse momento sentia ter um significado. Enquanto o metro arrancava os seus olhares, ainda nao tinham percebido que aqueles seriam os ultimos momentos que alguma vez partilhariam.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Esperar

Quando apenas nos resta esperar pelo resultado de algo, pensamos se fizemos tudo o que poderiamos ter feito para atingir o resultado desejado. Podemos fazer tudo o que está ao nosso alcance, mas não mais. Nos tempos em que rezava, a sensação de poder controlar o incontrolável, de ter do meu lado alguem que tudo controlava fazia-me sentir que podia fazer mais que o que estaria ao meu alcance. Embora isto nos possa fazer sentir mais confiantes com os factores imprevisiveis, tirava a importância à realidade e a tudo o que poderiamos de facto controlar...

domingo, 13 de setembro de 2009

Para sempre

Dizem que a unica constante na vida é a mudança. Por mais que isto assuste e custe a aceitar, permite-nos ver tudo de uma forma diferente. Talvez o tudo se mantenha constante e a mudanca esteja em nós, na constante alteração da nossa posição que nos faz parecer o tudo diferente por apenas conseguirmos ver uma dimensao limitada deste, ou talvez somos nós que não mudamos enquanto tudo se altera. Poderá ainda ser uma combinação das duas que intensifica ainda mais a mudança. Talvez mudando à mesma velocidade do tudo nos faz sentir que este não muda, mas neste caso nada do que vemos nos parece novo e pouco crescemos relativamente ao mundo.

Penso que a maior segurança que temos são as coisas no tudo que sabemos que independentemente de onde estejamos existem para sempre. Tal como o tudo que vemos durante a nossa vida tem as suas constantes, como a velocidade da luz, ou aquelas que aos nossos olhos sao tambem constantes como a posicao relativa das estrelas, tambem nós podemos criar as nossas constantes, definindo aquilo que queremos que na nossa vida seja... para sempre.

Friday Night Skating Amsterdam

11 de Setembro de 2009, 8 anos depois do dia antes do exame de recurso de Cálculo II participei no Friday Night Skating em Amsterdão.



Sempre que escrevemos publicamente transmitimos a sensação de algo que sentimos a alguem. Procurando a combinação certa de palavras o espectro de sentimentos que temos a um dado momento é passa a existir momentaneamente em outra pessoa. Podemos também identificar o nosso espectro com o que alguem no passado nos descreveu.. e neste evento especifico, o estado transmitido está descrito aqui.

Delicadeza da perfeição

Sentada com as pernas cruzadas em cima da cama, olhou para as suas mãos. De uma forma mecanizada pegou na lima e com tres passagens em cada unha acertou a sua forma já perfeita. Levantando o seu olhar azul, focado no infinito, evitou criar uma linha entre outro qualquer. Sentia que algo lhe faltava... talvez a liberdade de poder não ser perfeita em algo que não a tristeza que este sufoco lhe trazia.

Bom dia Amsterdão

Algures nas redondezas de Utrechtsestraat, Ontem, Amsterdão

A mesma rua que todos os dias experimenta o ciclo das pessoas que sobre ela caminham, sente os tacões altos e as solas de couro que predominam durante a noite, os copos vazios que abundam espalhados na sua superfície, os ritmos e as conversas que por esta ecoam, sente finalmente a paz com os primeiros raios de luz.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Emoções na infancia

Em pequeno ao ver os adultos questionava-me porque razão estes não brincavam uns com os outros. Tentava perceber como conseguiam falar tanto tempo, de como os via a gesticular à distancia. Nao compreendia como aquilo podia ser divertido. Era para mim mais divertido montar legos ou andar a correr ou fugir de alguém. Com o tempo aprendi a apreciar uma boa conversa e penso que os meu contemporâneos tambem. A partir de certa idade começou a deixar de ser socialmente aceite correr ou brincar às escondidas e vir de fato de treino e sapatos para a escola. Apesar de provavelmente ainda terem vontade, os grupos mais velhos que eram exemplo para nós, não o faziam. Penso agora que apesar de uma boa conversa trazer algumas emoções, nada é tão emocionante como dizer alto para fugirmos de alguem e correr como se a nossa vida dependesse disso. Talvez nessa altura não pensássemos e apenas reagissemos. Talvez um segundo de hesitação da vitima faria com que esta nao corresse atrás evitando que no futuro a brincadeira funcionasse. Hoje fazemos na mesma parvoices, mas precisamos talvez de uns copos para nos fazer recordar as coisas com que realmente nos divertiamos...

Emoções pela rede

Disseram tudo o que queriam envoltos no silêncio, sem dizer uma palavra. Sentiram o silencio tao forte à sua volta que este se transformou num zumbido agudo nos ouvidos. Ele não aguentava mais falar sem a ouvir. Bateu com forca em cada tecla para sentir a realidade enquanto lhe escrevia a ultima mensagem. Faltava-lhe ouvir-la dizer o que lhe escreveu, uma imagem nao substituia sua voz. Sempre pensou que a rede apenas transferia palavras até que sentiu as lágrimas dela sairem pelos seus olhos. Fechou-os o mais forte que conseguiu para evitar que ela chorasse apertando a palma da mao contra os olhos. Olhando com estes trémulos, reparou que nao conseguiu evitar encharcar as maos com as lágrimas dela.

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Emoções



Procuramos naturalmente uma harmonia nas nossas emocoes... Alguns de nós passam horas por dia concentrados a alternar os olhos entre um ecra e um bloco de notas, coordenando os dedos no teclado ou sentindo a caneta a rabiscar umas equações nos cantos das folhas. Outros usam o dia para trabalhar fisicamente sem grande necessidade de concentracao. Penso que seria natural, ao se terminar este dia, usar os momentos livres para harmonizar as emocoes. Para quem passou o dia em frente a um ecra, esquece-lo até ao dia seguinte e mexer o corpo que esteve imobilizado durante oito horas, e no caso contrário, usar as emocoes que um livro ou um jogo de computador podem proporcionar. Nao percebo porque razao isto tem tantas excepcoes que estas quase se tornam regra.. a maior parte dos colegar que passam o dia no computador, chegam a casa e para descontrair jogam computador, enquanto os que trabalham mais fisicamente preferem practicar algum desporto.

domingo, 16 de agosto de 2009

Nem sempre é facil perceber que falta alguma coisa

"
Each morning I get up I die a little
Can barely stand on my feet
Take a look in the mirror and cry
Lord what you're doing to me
I have spent all my years in believing you
But I just cant get no relief,
Lord!
I work hard every day of my life
I work till I ache my bones
At the end I take home my hard earned pay all on my own -
I get down on my knees
And I start to pray
Till the tears run down from my eyes
Lord! Everyday - I try and I try and I try -
But everybody wants to put me down
They say I'm goin crazy
They say I got a lot of water in my brain
Got no common sense
I got nobody left to believe.
Got no feel, I got no rhythm
I just keep losing my beat
Im ok, Im alright
Aint gonna face no defeat
I just gotta get out of this prison cell
Someday I'm gonna be free, lord!
"

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Heal the world.. and ourselves

E' facil em crianca nos questionarmos porque ha' guerras, porque razao as pessoas se matam umas 'as outras, em geral porque tem de existir o que consideramos de mal. Com o tempo entramos em brigas para conseguir o nosso bem estar e comecamos a perceber lentamente que nem todos tem boas intencoes e que para conseguir um luxo alguem e' capaz de fazer mal a outra pessoa. Torna-se ai aceitavel causar um mal a esse alguem de forma a haver a justica e distribuicao que procuramos. Todas as guerras sao justificadas deste modo, criando um mal menos para atingir um bem superior. Fazem-se tambem guerras antecipando o possivel mal como os Estados Unidos nos tem habituado e uma luta entre duas criancas pode transformar-se numa guerra quando estes tem irmaos mais velhos e mais fortes. Na nossa vida parece-me que fazemos continuamente o mesmo. Repetidamente adiamos o que realmente queremos com a promessa de o beneficio ser superior depois. Esquecemo-nos ate' do que nos e' mais especial e importante e corremos o risco de passar uma vida numa guerra constante connosco, adiando para sempre aquilo que realmente queremos.

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Memo'rias

Estamos cada vez menos dependentes da nossa memoria para o dia-dia. Lembro-me ainda de muitos numeros de telefone/telemovel, mas confesso que contra a minha vontade sao cada vez menos. Dependemos de aparelhos e agendas para se tornarem uma extensao da nossa memoria guardando nelas o que faz parte da nossa vida. Cada vez mais nao sao so' numeros que guardamos. Ja' nao precisamos de manter na nossa memoria todos os acontecimentos pois as fotos e os videos, hoje em dia facilmente guardaveis e partilhaveis. estao sempre acessiveis. Nao precisamos de regularmente nos relembrar de acontecimentos pois sabemos que estes estao guardados algures, mesmo que nao em no's.

Ao apagar uma foto, uma mensagem no telemovel, a sensacao torna-se de estarmos a apagar permanentemente algo que faz parte de no's. Saberemos que apenas a nossa memoria tera' esse acontecimento presente e por confiarmos tanto nas memorias artificiais, tememos que esta um dia esta desapareca para sempre.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Caminhar no paraiso na terra

Ainda relativamente ao post anterior sobre o paraiso na terra... e' isto que da' tentar caminhar nas nuvens:

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Heaven on earth


Jacek Kustra
Neimegen, Junho 2008


Pode a terra imitar o céu? Pode a terra ser o céu que muitos anseiam? Talvez... basta nao acreditar no paraiso para perceber que já lá podemos estar.

Ondas




"Esta valerá a pena?" Nao sei. E' um constante dilema de encontrar o que se procura. Apenas algumas nos conseguem levar onde queremos. Sentimo-nos tentados a apanhar cada uma que passa, mas o esforco para avancar com cada uma enfraquece-nos desmotivando-nos para as que poderiam vir a seguir. Apenas identificando a correcta e fazendo um esforco enorme para fazer parte do seu caminho, podemo-nos deixar levar por ela desfrutando de cada momento. E cada momento e' unico. Desde que deslizamos por ela abaixo no limiar da sua rebentacao, ate' mantermos o nosso equilibrio quando esta acontece. Temos ainda uns momentos para aprecia-la calmamente. Depois do ultimo suspiro, deixarmos a adrenalina nos levar rapidamente de volta ao sitio onde a encontramos, pensando de novo: "Esta valerá a pena?"

terça-feira, 21 de julho de 2009

Contrastes

Kleine Berg, 21 Julho 2009
Jacek Kustra

Depois da chuva... Antes de esta terminar, somos confortados por uma luz quente, pouco luminosa, localizada e artificial. As sombras e os reflexos da sua luz inspiram os objectos 'a sua volta a tornarem-se belos. Finda a chuva, o espectro de cores no ceu e' criado pelo sol. Basta abrir a janela para, mesmo com os olhos fechados, sentir estas cores.


terça-feira, 14 de julho de 2009

Me, myself & I



Penso que uma personalidade definida apenas pode ser conseguida tendo consciencia nao apenas daquilo que somos, mas tambem do que poderiamos ser. Tal como num jogo de Xadres (ou damas que eu sei jogar) devemos antecipar quais serao os proximos passos dada a nossa opcao. Quanto mais avancamos, mais limitadas ficam as nossas escolhas baseadas nas anteriores mas mais facilmente antecipamos as restantes possibilidades.

Por vezes imagino como seria se pudesse ter uma conversa com as varias pessoas que me poderia ter tornado... perceber o quanto os caminhos escolhidos nos definiram, percebendo melhor as consequencias de qualquer decisao no futuro.

quinta-feira, 9 de julho de 2009

"Desaparece"

Existem dias em que sentimos que falhamos, isolando-nos do mundo exterior. Pensando em cada pesado passo que temos de dar, alguem se dirige a nós e nada mais fazemos a nao ser olha-lo nos olhos e dizer: "desaparece". O sentimento de isolamento e impotencia cresce de tal forma que nos aperta a respiracao e faz cada passo custar ainda mais. Apetece simplesmente sentar na berma do passeio e, passado uns dias, quando a fome nos atingir, dirigirmo-nos a alguem que nos responde com um "desaparece".

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Imortalidade

Infelizmente acordei com a noticia sobre a morte do Michael Jackson... nem todos conseguimos ser imortais, mas toda a ifluencia artistica que o Jackson deixou permanecera' certamente imortal por muitos anos.

terça-feira, 23 de junho de 2009

coreia do norte...

Pode de alguma forma a coreia do norte iniciar uma terceira guerra mundial? Ate' ler este artigo pensei que qualquer ofensiva lancada por eles seria de imediato esmagada por todas as nacoes. Mas isto acontece se eles atingirem um alvo como os Estados Unidos. No entanto, o que aconteceria se estes lancarem uma ofensiva sobre Israel? Ganhariam certamente o apoio de meio mundo e teriam a possibilidade de ter nacoes a lutar lado a lado com eles...

terça-feira, 16 de junho de 2009

Uma frase...

Confesso que esta frase me deixou indignado, durante uns segundos:

"virei uma balança ao contrario mas não me deu o peso do mundo" ... porque?

:)

terça-feira, 9 de junho de 2009

Histo'ria

Quem nao se lembra do passado, esta' condenado a revive-lo

E' o titulo de que esta' numa das portas de entrada do agora museu em Auszwitz. Nao e' possivel nao nos lembrarmos desta frase ao vermos o que esta' hoje em dia a acontecer na koreia do norte. Fomos capazes de ultrapassar uma guerra fria, uma corrida ao armamento por parte de duas enormes potencias, e no entanto vemos os erros da histo'ria a repetire-se.

A questao que coloco e' como este conflito pode ser resolvido? A koreia do norte tem feito testes nucleares nos ultimos anos, afirmando sempre serem para defesa. Ontem afirmou que qualquer sancao atribuida a eles sera' interpretada como uma declaracao de guerra. De que estao eles 'a espera e o que pretendem com isto? Sera' que ignora-los silenciosamente e' uma solucao? Uma ofensiva pode fazer-nos retroceder umas decadas na nossa Historia e tornar-se irreversivel.

Quero acreditar que a nossa historia nos fara' tomar as decisoes mais certas para resolver este conflito. Penso que cabe a cada um de no's, usar tudo o que aprendemos para discutir da melhor forma as possiveis solucoes para esta situacao.

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Criancas e Caes

Ja' me conformei com o facto de as criancas de 3 anos por aqui falarem e perceberem holandes melhor que eu...

...mas ouvir alguem dizer uma frase longa para um cao (ainda por cima feio) e este ter percebido e eu nao, deixou-me mesmo de rastos.

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Direcções



Ao velejar a favor do vento a velocidade relativa entre o barco e o vento torna-se nula e ao fechar os olhos nao sentimos nenhum deslocamento relativamente ao ar. Deixamos de sentir o vento completamente. É a forma mais simples de nos deslocarmos, simplesmente ser arrastados na direccao do vento.

A emocao comeca ao querermos chegar a um destino que esteja na direccao contrária ao vento. Nao podemos simplesmente enfrentar o vento de frente, temos de definir uma estratégia inteligente para lá chegar. Cedemos à direccao do vento até este nos permitir avancar numa direccao que contenha uma projeccao na direccao da que queremos ir. Sentimos toda a sua forca a contrariar-nos, sentimos muito mais velocidade relativa ao ar do que aquela que na realidade nos deslocamos na água. Cada pedaço de costa que vemos avançar é uma vitória pessoal e com esta luta constante chegamos ao destino que planeamos.

É engraçado como a vida se encaixa nesta metáfora. Podemos deixar-nos levar pelas circunstancias numa direcção que nao escolhemos, que pode eventualmente levar-nos a um bom sitio... mas é um risco talvez inconsciente que tomamos. A alternativa que temos é decidir o nosso destino e usar as circunstancias o melhor que conseguimos para o atingir, mesmo que isso signifique enfrentar o mundo de frente.

Marketing & Coca-Cola

O Marketing e' sem duvida uma das ferramentas mais eficazes de manipulacao de massas. E fa-lo de uma forma brilhante na minha opiniao. Sem obrigar ninguem a nada, deixando cada um decidir por si o que quer, apenas manipula uma imagem e definicao, fazendo cada um acreditar individualmente que e' isso que realmente quer para si.

Uma das empresas que mais admiro em termos de marketing e' sem duvida a Coca-Cola. Hoje em dia tem uma imagem extremamente enraizada na maior parte das culturas mundiais. No entanto, questiono-me o que aconteceria se de um momento para o outro deixasse de fazer os anuncios cla'ssicos, isto e', ficasse apenas pela imagem que tem actualmente. Seria esta suficiente para perpectuar as vendas, ou continuam estas dependentes do marketing actual?

terça-feira, 19 de maio de 2009

De'fice de atencao

Dizem que um homem, ao contra'rio de uma mulher, ao abrir um frigorifico apenas ve uma coisa de cada vez, tendo por isso mais dificuldade em encontrar um objecto particular. Nao sei se isto e' verdade. O que e' certo neste tipo de padrao, e' o de'fice de atencao que a leitura de textos na internet provoca na leitura.

Nao sei se em termos absulutos (quantidade de palavras) que lemos em me'dia por dia e' superior que ha' 10 anos. Embora se passe igualmente o dia constantemte a aceder a informacao escrita, certamente passamos muito menos tempo com cada texto. Habituamo-nos de tal forma a encontrar informacao sumarizada que quando encontramos um texto grande, automaticamente lemos na diagonal localizando apenas as palavras chave. Provavelmente este me'todo tornou-se inevitavel dada a quantidade de informacao que recebemos a todo o momento. Sera' que deixamos por isso de acreditar num texto 'a partida e dar-lhe uma oportunidade de o ler na integra? Talvez por isso pouca gente se esforce para escrever um texto com inicio meio e fim, e de facto isto deixou de ser um criterio para os novos me'todos de leitura.

Espero por isso que o formato de um livro, por muito primitivo que possa parecer aos olhos de alguem que nasceu com a internet disponivel, nunca desapareca pois para alem de estimular a concentracao e a imaginacao, ensina-nos a escrever textos com inicio, meio e fim.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Oitentas :)


Penso que nao e' um miste'rio para ninguem a fanta'stica musica dos anos 80! Ou talvez seja...

Bem, o meu objectivo com isto e' referenciar um excelente post do Pedro do Mar, normalmente muito reticente sobre a musica desta de'cada :)

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Talvez triste...

As luzes intermitentes altenavam imagens isoladas. O alcool tornava estas imagens fluidas. E' realmente combinacao bem imaginada, o alcool e este ambiente. Nao me parecia que ninguem que la' estivesse o suportasse continuamente sem alcool ou drogas no sangue. As maos segurando os copos mantinham-se relativamente paradas enquando o resto dos corpos mexiam a um ritmo sicronizado com a musica.

Tinha as maos redondas, tal como a cara e o corpo, com as unhas visivelmente roidas. Nao so' as unhas como a pele 'a volta. Notava-se ligeiras feridas mostrando que continuamente procurava remover mais um pedaço da pele. Parecia tao fragilizada que qualquer picadela resultaria numa gota de sangue. Talvez fosse isso que procurasse, saborear a dor que provocava a si pro'pria. No do seu circulo ela era a mais activa, delirando ligeiramente. Sempre que alguem se aproximava era a primeira a afasta-lo do grupo, talvez por saber que nao seria a escolha, ou pelo menos a primeira. Ser a primeira a mostrar que consegue afastar alguem fa-la certamente sentir que lidera no seu circulo... Nao lhe interessa tanto aquilo que é, mas aquilo que mostra ser... Talvez seja a angustia que continuamente ecoa de forma aguda dentro dela, associada com este falso poder a faca delirar. Um dia provavelmente o delirio leva-la ha' a aceitar que nao e' a primeira escolha de ninguém e levara' tudo mais longe... Fara' tudo o que sempre imaginou e muito mais. Tentara' preencher-se com o vazio, esperando que este a preencha. Mas a realidade apenas lhe mostrara' que assim nao e'. O corpo liberta arrepios de angustia enquanto vai embora sem responder aos telefonemas que entretanto recebe, sentindo que tem bem definido o que quer...
Continuava a dancar, quase obrigando as colegas a faze-lo. Alguem se aproximou dela, o que resultou em automaticamente tirar o telemovel e comecar a pressionar as teclas observando a luz no ecra... penso que era a forma que tinha de justificar que tinha algo mais importante. Na realidade nao tinha, mas nao acreditava mais em nada que a fizesse feliz a nao ser mostrar-se superior.

Reparando que eu estava a reparar nela, fixou por momentos os olhos em mim e rapidamente desviou. Talvez por ter percebido pela minha expressao o meu pensamento, talvez pela minha falta de expressao... Chegara' um dia em que nao desviará o olhar, pois provavelmente nada mais tera' a perder...

Fui embora pensando no poder destrutivo que os imediatismos conseguem ter quando a unica coisa que se quer é nao ser menos que ninguem...

terça-feira, 5 de maio de 2009

Mentalidades...

Um acto isolado nao altera uma comunidade, mas pode contribuir para a mudanca de mentalidade. Esta sim, altera muitos actos e a soma destes ja' pode mudar uma comunidade.

Ha' um ano atra's recusei-me a comprar uma bicicleta roubada para nao promover o roubo destas. Infelizmente isso nao contribuiu para nao me roubarem a minha. Estou mesmo curioso o que e' que alguem vai fazer com uma bicicleta onde eu mal chegava com os pe's ao chao... mas pronto... pode ser que sirva para alguem a comprar, arrepender-se e comprar uma legal na mesma chegando 'a conclusao que nao valeu a pena a roubada...

Bem, para quem a roubou, tem tambem uma chave de parafusos na bolsa da direita pois a corrente cai pelo menos uma vez por dia...

terça-feira, 14 de abril de 2009

Echo

Continuando o post anterior, nao posso deixar de referir que este ano ouvi a voz de Echo... Estava na montanha numa encosta sul com um grande declive. Sempre imaginei que Echo fosse de origem Grega, mas desiludi-me ao ouvir a sua voz, nao muito doce e com um sotaque portugues perfeito, enquanto eu cambaleava sem controlo pela encosta: "Car****!!!!!"

Narcisismo...

Narciso, um jovem de grande beleza, pouca mode'stia, muita vaidade e autoconfianca, era o motivo de paixao das donzelas de toda a regiao... No entanto qualquer uma que dele se aproximasse, Narciso nao se senta completo nem muito menos que alguma pudesse estar 'a altura dele. Por isso, apenas as usava para alimentar o seu ego, que ainda mais o impedia de conseguir entregar o seu coracao sedento de uma paixao.

Echo, uma ninfa de incompara'vel beleza com uma voz inigualavel, procurando alguem que correspondesse ao seu amor, passeava diariamente pela montanha, observando sempre passivamente quem passava. Era amiga de Zeus, um Deus mulherengo que constantemente traia a esposa, enquanto Echo a entretinha, escondendo as traicoes a que esta era sujeita. Ao descobrir isto, a esposa inspirou-se de ira sobre Echo, e lancou-lhe um feitico que nao lhe permitia dizer nada activamente, ficando para sempre dependente das palavras que alguem lhe dizia. Apenas estas podia repetir...

Echo refugiou-se na sua montanha, continuando a observar escondida as pessoas que passavam. Deixou de acreditar no amor, e chorava sozinha observando.

Um dia, tanto Narciso como Echo encontraram o que procuravam... Durante uma manha de primavera sem vento, Echo escondia-se entre os arbustos cobertos de flores quando de repente o seu coracao acelerou. Tinha visto Narciso. O seu coracao reagia sozinho 'a visao dele e nao hesitou em correr para ele. Nao podendo dizer nada, apenas se aproximou o mais que pode e com os seus olhos lacrimejantes de alegria tentou transmitir-lhe a forca com que o seu coracao batia. Narciso olhando para Echo reparou na sua beleza, mas esta nao o preenchia. Olhou-lhe nos olhos e perguntou: "Quem e's tu?", ao que Echo respondeu com a mesma pergunta.. Narciso sentiu a sua angustia crescer no peito cada vez mais ao nao ser capaz que os seus olhos tivessem o amor que os de Echo transmitiam. Echo agarrou-se a Narciso abracando-o. Sentiu uma forca a empurra-la e ouviu Narciso gritar "Larga-me!" ao que respondeu com as mesmas palavras.

Narciso desatou a correr em direccao ao logo onde se sentou na margem. Angustiado com Echo, debrucou-se sobre a agua. Nao queria acreditar no que se estava a passar com ele. Pela primeira vez via alguem que preenchia o seu coracao. Sorriu timidamente e obteve um sorriso de volta. O seu coracao soltou-se, nao queria acreditar que tinha encontrado quem procurava. Acenou-lhe e obteve o aceno de volta. Nao resistindo 'a beleza que via, comecou a aproximar-se lentamente nao tirando os olhos da pessoa. No preciso momento que os seus labios se tocaram a imagem desapareceu, desfocando-se. Desesperadamente, Narciso remexeu a a'gua procurando o seu unico amor, mas este havia desaparecido. Permaneceu na margem 'a espera de o voltar a encontrar. Na manha seguinte voltando a ve-lo tentou mais uma vez estar junto a ele, mas parecia condenado a nunca conseguir aproximar-se...

Durante dias e noites assim permaneceu vendo a sua figura cada vez mais fraca. A sede que tinha do amor por esta pessoa, ofuscava completamente qualquer outra sensacao fisica de fome ou sede que pudesse ter. Sentia-se fraco, mas o facto de a sua alma ge'mea estar perto e sorrir para ele fazia com que nao saisse nunca da margem. Chegou o dia em que as forcas lhe faltaram e numa tentativa desesperada de se aproximar desta pessoa, Narciso caiu na a'gua afogando-se.

Echo, encontrando Narciso morto na margem refugiou-se para todo o sempre na montanha, onde ate' hoje pemanece e ainda responde a quem a chama...

Skate Tunning

Este post e' uma resposta ao Comenta'rio do Pancho em que referia "tunning" dos patins :)

Tilburg, uma cidadezinha calma a noroeste de Eindhoven, ha' 10 anos que organiza o "Friday Night Skate". Consiste esta fanta'stica noite em imesa gente que se junta para patinar entre 20 a 30 km pela cidade e redondezas. As ruas sao fechadas, um carrinho com musica acompanha-nos e o espirito e' incrivel tanto durante como depois no "Apre's-skate" :) Mas a ideia deste post/comenta'rio surgiu-me quando vi os "tunnings" de patins que vi! Como a parada e' durante a noite, a imaginacao e' o limite para as iluminacoes que por la' se observa. A minha favorita, no entanto, foram os patins deste Policia com os LEDs azuis que iluminam a estrada:


domingo, 12 de abril de 2009

Efeitos secundários

Existem datas que insistimos connosco que nao sao especiais, pois de facto o fundamento destas deixou de fazer sentido para nós. Mas apesar de o fundamento original nao fazer mais sentido, talvez os efeitos secundários, como a reuniao de muita gente que nos é especial tinham-se tornado para nós o primeiro plano, embora de forma inconsciente e obvia.

Apenas reparamos nisso após passarmos uma data dessas como sempre imaginamos que deveria ser, como outra qualquer, argumentanto que as outras quaisquer é que devem ser mais especiais. Talvez as outras se tenham tornado mais especiais, mas esta fica sem duvida marcada por um vazio que outrora para nós era preenchido pelos efeitos secundários da data...

quarta-feira, 8 de abril de 2009

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Reducao ao Absurdo

Gosto desta te'cnica (Reducao ao absurdo).

Lembrei-me dela num comenta'rio da Ines ao post "Supersticoes" quando referiu viagens no tempo. A viagem no tempo, como e' retratada no melhor fime de sempre (Regresso ao futuro I) , em que Marty Macfly volta ao passado e interage com os seus pais, modificando acontecimentos futuros, nao e' possivel..

Uma reducao ao absurdo prova isso: Imaginemos que volto ao passado e mato o meu entao futuro pai. Vejamos a sequencia de acontecimentos que resulta disso:

Eu nunca nasceria, logo nao poderia voltar ao passado para o matar. Como tal, eu nunca poderia estar ai'!

:)

Um momento no tempo


O titulo nao e' muito original, mas a foto e' :) E apesar de aparentar muito mais que o que na realidade e', fiquei surpreendido o quao pouco e' preciso para apanhar um momento assim no tempo...

Supersticao?



Quando movemos um ficheiro de uma pasta para a outra, efectuamos uma copia exacta de cada bit (1/0) do ficheiro para outro sitio e ficamos com uma representacao deste noutra localizacao. Seguidamente o ficheiro e' apagado do sitio de origem.

Se voltarmos a move-lo de volta para o sitio de origem este estara' exactamente igual e e' como se nada tivesse acontecido.

Imaginemos que podemos fazer co'pias fisicas da mate'ria em que cada mole'cula e' copiada exactamente como esta', incluindo cargas ele'ctricas, etc.. Isto levaria 'a possibilidade de existir tele-transporte. Uma co'pia nossa seria criada num sitio novo e a local... destruida.

Acreditando que somos apenas mate'ria nao deveriamos ter problemas em viajar assim, pois simplesmente seriamos transferidos instantaneamente para outro sitio. Mas pessoalmente incomoda-me um pouco a co'pia local ser destruida e o meu "outro eu" assumir-se como EU.

Sera' que este EU tem mais qualquer coisa ...? Ou e' so' impressao minha?

Por um triz que...

Qual e' a diferenca entre alguem que conseguiu por um triz e alguem que por um triz nao conseguiu?

Enorme!

E' raro haver alguma coisa que se aprenda de forma linear, isto e', a mesma quantidade de esforco dar origem 'as mesmas evolucoes na aprendizagem. Noto isto a tanto nas actividades fisicas como intelectuais. Nao e' dificil chegarmos a um nivel em qualquer actividade que para um leigo esta' ao nivel ma'ximo, mas para no's nesse nivel, sabemos o pouco que sabemos e o que ainda nos falta conseguir.

Por isso, a diferenca entre alguem que passa a meta umas centesimas de segundo antes do adversa'rio, apesar de poder parecer aleato'rio e no fundo aparentar que ambos atingiram o mesmo, a diferenca na quantidade de esforco e' mesmo enorme e tem consequencias ainda maiores:

Um venceu e o outro nao.

terça-feira, 17 de março de 2009

Os conselhos que vos deixo - 2

Nao era minha intencao deixar este conselho para a segunda parte deste post, mas tornou-se inevitavel:

- Se tomarem cafe' em frente ao computador enquanto trabalham, nao segurem o copo, enquanto se concentram num algoritmo, com a mao do lado do cotovelo pisado. Quando o pousarem na secretaria, la se vai o cafe'...

Os conselhos que vos deixo - 1




Apesar do titulo nao original, deixo-vos este conselho:

Se depois de andarem de patins em linha, forem dormir a pensar porque nao conseguiam fazer uma certa manobra, acordarem inspirados 'as 6h30 da manha e decidirem ir trabalhar uma hora mais tarde para comecarem o dia em grande a conseguir fazer a manobra, pelo menos tenham em atencao o seguinte:

- Tomem o pequeno almoco antes
- Levem uns sapatos na mochila para o caso de nao quererem voltar a patinar
- Nao pensem que as proteccoes nao servem para nada
- quando cairem de costas com os cotovelos no chao, nao se levantem rapido para nao terem uma quebra de tensao
- Descansem antes de tentarem voltar para casa, ou a quebra de tensao far-vos-ha perder a visao nos primeiros semaforos
- Tirem os dois patins antes de subirem as escadas ou demoram ainda mais tempo
- Nao se ponham a ver os arranhoes sobrepostos 'as pisaduras pois parecem piores que aquilo que sao

Resumindo: Tomem o pequeno almoco, comprem proteccoes e levem sapatos na mochila!

Ja agora, a manobra era "backwards crossovers" que decidi fazer na interseccao entre dois passeios... :)

quarta-feira, 4 de março de 2009

Percepcao do tempo

Medimos o tempo com intrumentos muito precisos, mas na realidade a nossa percepcao do tempo e' relacionada com a nossa lembranca de acontecimentos. No meu caso, quando me dizem um ano, ate' 2004 diria, lembro-me do computador que tinha na altura. Por exemplo, quando me falam no ano de 1993, lembro-me do meu Topis 486SX a 25 Mhz com 4 Mb de RAM e 250Mb de disco duro. Olhando para 1989, vem-me 'a lembranca o Sinclair PC200 (com uma drive de disquetes de baixa densidade), Recuando ainda para 1988, tinha um Spectrum +3, no qual dei os primeiros passos na programacao. (BASIC :))

Hoje o processador que tenho no computador tem sensivelmente 100x mais velocidade e 1000x mais memo'ria, tanto RAM como fisica que o Topis. De uma perspectiva temporal isto nao e' uma evolucao linear, por isso parece quase impossivel eu ainda ter vivido nesses tempos. Penso que a sensacao de quem nasceu em 90 ao ler este post e' semelhante 'a minha quando via fotografias a preto e branco nos anos 80.

O mundo mudou muito durante esse tempo. Em 1988 telefonar de uma ponta da europa para a outra era uma aventura raramente conseguida nos CTT. Apo's falar com uma se'rie de telefonistas, avisos que a conversa poderia ser monitorizada, era por vezes possivel estabelecer uma ligacao em que tinhamos a emocao de ouvir um "Estou? Esta's me a ouvir?" e ter um dialogo com pouco mais que estas palavras de ambas as partes. Tambem nessa altura, atravessar a Europa de uma ponta 'a outra exigia documentos de todos os paises envolvidos, tinha de ser tratado com pelo menos meio ano de antecedencia e nao havia garantias de se obter autorizacao.

E' engracado pensar nisto e imaginar que observei esta mudanca enquanto permanecia na minha posicao de observador. Olhando pela janela em 1988, questionava-me porque e' que eu nunca tinha sido adulto e porque e' que apenar fui crianca ate' entao. Este pensamento acompanhou-me ate' hoje e agora apercebo-me que desde 1981, um ano de cada vez, cresci junto com o mundo.

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Apanha-se mais rapidamente um mentiroso que um cocho..

Desculpem-me todos os que nao fazem a minima ideia de que se trata, mas alguem que ja passou mais de um dia com esta interface vai perceber o nivel de quem disse isto:

E depois isto transmite para a linha RS... trezentos... e vinte... e tres...

Apenas abanei a cabeca :)




Parabens


Nao quero deixar passar este dia sem expressar a minha admiracao pela visao, crenca e persistencia deste Homem...

Diferencas culturais?

Conversa com uma colega chinesa:

Ela: Entao, foste receber os teus pais ao aeroporto? (O aeroporto fica a uns 200km de minha casa)
Eu: Nao, como eles alugaram um carro, vieram ate' aqui.
Ela: Na China nao seria nada educado nao os ires receber!
Eu: ... (Silencio) ... pois...

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

O Povo e' que sabe??

Naturalmente faz sentido confiarmos no saber acumulado pelo povo. Afinal foram anos de consolidacao de conhecimento que temos agora ao nosso dispor para gerir a nossa vida tendo em conta a experiencia acumulada. Normalmente sob a forma de poverbios e meta'foras conseguimos identificar-nos e com isso definir um rumo para no's...

... mas pensando apenas em proverbios, rapidamente encontramos combinacoes como:

"Quem espera, desespera"
e... "Quem espera, sempre alcanca"

Ou histo'rias contradito'rias como a famosa "Efe'mera" e a "Cigarra e formiga". Se a Efe'mera vivesse mais um dia, bem que acabava como a cigarra!

Foram dois exemplos que me lembrei imediatamente... Se calhar convem usar outra fonte de conhecimento para tomar qualquer decisao :)

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Everything we see hides another thing, we always want to see what is hidden by what we see

René Magritte



Pela manha, reparei que estava algue'm do outro lado do espelho. Tinha nos seus olhos o meu reflexo. O olhar dele brilhava um triste entusiasmo, sem nenhuma expressao na moldura dos olhos. Com uma curiosidade indiferente olhava para mim, parecendo questionar-se sobre o que o impedia de contrair o olhar para longe. Sentia que olhava mas nao me via. Nao me atrevi a mexer e ele tambe'm assim permaneceu. Observei o meu reflexo nos olhos dele. Estava pequenino e distante. Nao vi cor nenhuma em mim, apenas uma sombra. Lentamente o brilho aumentou de forma tre'mula, desfocando-me. Senti algo a descer lentamente na minha face fixando-se nos labios. Saborei a tristeza dele. Fechei os olhos e desaparecemos.

sábado, 14 de fevereiro de 2009

Manha de Ontem

Após uma semana com umas extensoes da minha altura presas aos pés, que permitiam o deslocamento em cima da neve em superficies inclinadas, ontem, na agradavel manha de sol decidi voltar a por as laminas para me deslocar na supercifie congelada e escorregadia :)

O Sol estava visivel e o céu azul o que é uma surpresa nesta altura nos Paises baixos! E para alegrar ainda mais o dia, ao sair de casa ver na minha caixa de correio (real) mais uma surpresa :) Voltei para casa para abrir e ler tudo com calma e fui com um sorriso para o ringue.

Ao som do "Learning to fly" dos Pink Floyd que lá ecoava deixei de me concentrar nos movimentos para desfrutar da velocidade e do gracioso deslizar no gelo. Fiquei depois a ver os pequenitos a brincar no gelo. Um grupinho de rapazes a perseguir as duas "amiguinhas", um rapaz a brincar sozinho com uma menina, uma rapariga no meio do grupo de rapazes a gritar com eles. Ri-me pois encontramos esta mesma distribuição de personalidades em todo o lado. Identifiquei-me com eles. Lembrei-me de quando fui assim e pensei que daqui a uns anos eles também serão como eu sou agora. Gostei mesmo de pensar nisto e de sentir como me tornei na pessoa que no fundo sempre fui.

Há dias para tudo

Há dias para tudo... hoje, o dia de S. Valentim, costuma ser o chamado dia dos namorados.

Considero sempre engraçado haver alturas especiais para algo. Cria em nós uma antecipação do acontecimento, tal como esperamos por um bolo no forno quando estamos com fome. Toda a antecipação faz-nos apreciar e imaginar o bolo sendo isso quase tão bom como depois o bolo em si. E ao finalmente este estar pronto, apreciamos muito mais o seu sabor.

No entanto não compreendo o que se passa neste dia. Aparentemente todos decidem ser ou normais ou anormais conforme o ponto de vista. São normais pois neste dia decidem ser aquilo que deveriam ser todos os dias para a cara metade e parece que se transformam. Isto nem sempre resulta muito bem, pois todas as lojas tentam convence-los das pirosices que podem oferecer ou das banalidades que naquele dia estão inflacionadas em alguns factores. Acabam por ir jantar a algum sitio esperando uma hora para terem mesa o que estraga os planos a quem naturalmente nao sabe o que dizer para conquistar quem levou a jantar. Durante o jantar oferecem o peluche com um coracao e obtem a resposta: "Oh... que surpresa... não estava à espera...". Observando isto tudo de fora apenas posso pensar: Que anormais...!

É simples perceber o que é necessário para se ser romantico. Basta acreditar com todo o coração nos sentimentos que temos pela pessoa que tão bem conhecemos e naturalmente descobriremos o que nela desperta todo o sentimento por nós. E finalmente, fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para conseguir realizar isso.

Um Feliz dia de Sao Valentim :)

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Para a professora Sandra que referi no ultimo post...

Tenho de tirar este peso de cima de mim! Naquele teste em 1997 numa sexta feira 'as 17h, em que desconfiou de mim por estar a ver sempre as horas e me mandou ir ao quadro escrever os nomes dos Aldei'dos...

... eu tinha no relogio um papelzinho com esses nomes.

Nao conseguindo evitar uma desculpa, o melhor que temos a fazer e' mesmo pedi-la :)
Em 1997 estava no 10 ano. Tinha na altura um fantastico Pentium a 60Mhz (os primeiros!), com 32Mb de RAM, e 2.2Gb de disco. Tendo aulas 'a tarde passava a maior parte das manhas neste computador. Um amigo que tinha um scanner de mao (alguem ainda se lembra?), digitalizou-me a primeira pagina do livro de ponto (contendo as fotografias de todos), e durante as manhas brincavamos com o Ulead Photoimpact, que permitia de uma forma relativamente avancada fazer edicao de imagem. Relembro que nesta altura nao tinha ainda internet, por isso o acesso a imagens era relativamente restrito. Com as fotografias disponiveis, e um cerebro de adolescente, claro que a brincaddeira principal era usar as fotos para fazer montagens de toda a gente em certos contextos. Algumas pessoas comecaram a nao achar graca a estas brincadeiras que faziamos, pois literalmente gozavamos com elas. Houve uma altura que isto se tornou num problema, que terminou quando a Professora Sandra de Ciencias da Terra e da Vida me fez pedir desculpas publicamente em frente ‘a turma toda e a escrever no quadro uma frase que nunca mais me esqueci:

“As Desculpas nao se pedem… evitam-se”

Direitos

Imaginemos duas familias em que que vivem na casa uma ao lado da outra. (Neste contexto nao existem leis, tribunais, apenas etica). O Homem da casa da esquerda ausenta-se por um longo periodo e leva consigo o filho mais velho, pedindo ao visinho da direita para tomar conta da casa enquanto este esta' fora.

Passado anos, a familia da direita cresce e os netos desta sao criados na casa da esquerda. Os dois Homens entretanto falecem, e os netos do pai da esquerda vao para a casa do avo e pretendem que os netos do Homem da direita saiam de la'. Os netos da esquerda recusam-se.


Quem deve ficar na casa?

Algumas factos e perguntas a incluir na reflexao:

- Os netos do Homem da direita conheceram aquela casa como sendo a deles, sem saberem do acordo entre os avos.
- Os netos do Homem da esquerda nunca conheceram a casa, apenas o Avo lhe contou sobre a existencia.
- O facto de algo ter pertencido em tempos a um antepassado, deve dar-nos o direito a isso, mesmo que nunca tenhamos usufruido?
- Por estarmos num sitio ha' uma geracao, da-nos o direito de o considerarmos nosso?
- O nosso julgamento da questao seria' o mesmo se isto acontecesse mais algumas geracoes 'a frente?

domingo, 8 de fevereiro de 2009

Fobias...

Primeiro dia:

Ele: Vamos naquela preta?

Fiquei a olhar fixamente para ele. A visao da pista vazia que vimos de relance enquanto subiamos no elevador comecou a substituir a visao da cara coberta pelo capacete e o oculos enormes. O ecoar dos meus pensamentos de quando vi a pista, que na minha imaginacao se enquadra na definicao de precipicio, encheram-me totalmente a cabeca.

Ele: Jacek?
Eu: Claro que sim, não brinques!

Tomei a decisao entre a cor vermelha e a preta, o lado esquerdo ou direito. Virei naturalmente para o direito, passando o ponto de nao retorno. Nao havia maneira de descer por outro sitio. Descemos lentamente a primeira parte pouco ingreme parando energeticamente na ponta do declive. Espreito para baixo. Senti os testiculos contrairam-se tanto que fiquei com a sensacao de os ter no estomago. Senti o peito a perder o ar todo e as pernas a tremer. A antecipacao do perigo faz-me imaginar que se me contrair e fechar os olhos quando os abrir estarei num sitio confortavel. Abro novamente os olhos sufocado de nao ter respirado..

Não há outra forma de encarar isto...

Encho com toda a forca que tenho os pulmoes de ar e dou o impulso na direccao do declive. Sinto o aumento de velocidade exponencial enquanto o meu estomago cada vez mais se funde com os pulmoes. A concentracao sobe a um ponto que sinto as pernas a querer deixar de responder. Sinto-me a cair. Contrario tudo isto com rapidos movimentos da anca balancando os skis alternadamente de lado e sinto o controlo sobre a queda. A velocidade torna-se vertiginosa e a consciencia do perigo aumenta. O caminho afunila numa curva obrigando a prever os movimentos que farei nos proximos segundos ou dezenas de metros à frente. O declive diminui ligeiramente, permitindo por segundos um controlo maior, apenas para antecipar a proxima queda. Desta vez sinto a neve tremer debaixo de mim, enquanto me contraio e inspiro o mais fundo que consigo, aumentando a concentracao e reflexos ao maximo. Sinto que estou sob controlo. Sinto que consigo desafiar a gravidade. Sinto pela primeira vez a adrenalina de nao parar e sentir um prazer de ter o controlo sobre a montanha. Disfruto dos movimentos um por um, sinto a respiracao cada vez mais controlada enquanto a vista comeca a alcancar a ultima descida. Nada me parece dificil após aquela pista, mas o medo ainda permanece presente. Desco e paro. Olhando para cima ainda revejo todos os perigos e possiveis quedas. Ainda sinto vertigens apesar de estar firme. Visualizo-me ainda em perigo. O estomago nao quer voltar ao estado normal...

Durante a semana toda não consegui voltar a esta pista...

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Desafios...


Nao estarei aqui durante a pro'xima semana...

... quem me procurar podera' encontrar-me no topo de uma montanha enquanto solto o olhar para baixo sentindo a adrenalina crescer num silencio ensurdecedor apenas interrompida pelo zumbir do vento. Inspirando coragem, ecoa o som do deslizar lateral do ski pela neve passando o ponto de nao retorno... Resta-me a partir deste momento sentir a concentracao a crescer, o vento gelado a abafar o sorriso enquanto a velocidade comeca a criar a sensacao de inseguranca que me faz procurar o atrito que me mantem seguro. Sentindo o corpo sujeito a todas as irregularidades da neve, passo por pontos em que o declive permite desfrutar da paisagem 'a volta e sentir a beleza deste ambiente tao hostil.

Ao atingir o ponto mais baixo, olho para cima, e suspiro uma admiracao e respeito pela grandeza da montanha que acabei de desafiar.

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Top Down vs Bottom Up


Existem duas formas de enfrentar um problema: De cima para baixo e de baixo para cima.

Quando abordamos um problema de baixo para cima, comecamos por pensar nos elementos mais basicos e vamos construindo em cima deles. Relacionando esses elementos, compreendendo como a partir de alguns conceitos simples podemos ir construindo algo maior, comecamos a criar algo grandioso. Notamos que certas partes podem ser separadas umas das outras para facilitar a implementacao ou compreensao, e vamos assim subindo, criando blocos maiores de elementos que se continuam a relacionar entre si. A todo o momento temos plena consciencia de tudo o que se passa em cada parte do processo e vamos optimizando e separando cada vez melhor os conceitos envolvidos ate' que chegamos 'a solucao do problema (da qual normalmente nao vemos um fim). Normalmente este padrao encontra-se em pessoas curiosas, investigadores ou em geral Filo'sofos (Amigos do conhecimento) :)

Com uma abordagem de cima para baixo vemos o problema que queremos resolver e imaginamos como podemos decompo-lo. Pensamos em blocos grandes e como cada um deve contribuir para a solucao. Debrucamo-nos sobre cada um destes e continuamos a subdividi-los em blocos mais pequenos ate' atingirmos os blocos elementares que temos disponiveis. Conseguimos desta forma rapidamente decompor o problema e a sua resolucao torna-se mais previsivel. Este padrao encontramos em Engenheiros, Gestores e Lideres. Um problema 'a partida impossi'vel, torna-se desta forma uma se'rie de problemas simples.


Uma questao que se pode colocar para encontrar em que perfil nos encaixamos e':

"Consegues comer um elefante inteiro?"

E a resposta pode ser uma de duas:

(Imaginamo-nos a comecar a comer um elefente inteiro e reparamos que rapidamente ficamos cheios e respondemos) :
"Nao, um elefante e' tao grande que nao consigo come-lo!"

ou

"Sim, aos bocados..."
(E imaginamo-nos a separar o elefante em partes individuais que podemos comer e a planear como e quando comer cada bocado)

:)

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

If you want to make an apple pie from scratch, you must first create the universe.
Carl Sagan


Ele: Ha' quem critique o facto de alguem se especializar em tecnologias especificas
Eu: pois...
Ele: Mas imaginando um exemplo absurdo de alguem que sabe programar sem ter conhecimento de solucoes tecnologicas disponiveis, por melhor que seja, se tiver de implementar um sistema de informacao, fa-lo-ha' de raiz, com ficheiros proprios a guardar os dados, reinventa uma estrutura, inventa sistemas de apontadores internos, tudo coisas que ja' estao feitas . O esforco para realizar isso dessa forma cresce exponencialmente!
Eu: (Silencio)
Eu (pensamento) : Houve quem apesar do limitado tempo que tinha cometesse esse erro. Apesar de o fim ter sido atingido com sucesso, o esforco envolvido foi enorme... E a disponibilidade mental fica desnecessariamente bloqueada com a constante procura de solucoes para problemas ja' resolvidos...

Eu: Bem... bom apetite ;)

E' so' um jogo...


E' so' um jogo...

O pescoco contrai, cada movimento resulta num estalar dos tendoes, a visao afunila, a respiracao controlada ensurdece-nos. Sentimos cada batida do coracao a propagar-se no corpo. Deixamos de ter consciencia de no's. Apenas o objectivo imediato, herdado dos instintos primitivos permanece. Cada movimento que temos algures gravado em no's sai graciosa e inconscientemente. Nao sentimos dor nem cansaco, todas as lesoes ou feridas desaparecem por momentos. Apenas interessa o que precisamos de fazer naqueles momentos. Os limites impossiveis tornam-se uma necessidade.

E' so' um jogo...

Deixamos que este estado seja atingido durante um jogo. Nao hesitamos em faze-lo quando precisamos. A respiracao quente do adversario sentimo-la 'a distancia, o nosso olhar fixa-se nele e atacamos com toda a forca que temos. Gritamos. De repente tudo termina com um sorriso de saciedade.

Adormecemos.


Foi so' um jogo...

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Há memórias que guardamos para sempre connosco. Um dos primeiros cd's que me lembro de ouvir, talvez com uns 9 anos, e' um album de Rod Stewart me acompanha até hoje (agora em LP!). Quem me conheceu com 18-19 anos, lembra-se certamente da cassete preta que era uma presenca constante no meu carro. Todos os dias ao conduzir para a estacao de manha, voltar ao fim da tarde para casa, ir para o treino à noite e finalmente a voltar, estas musicas acompanhavam-me a cada momento.

Amy Belle foi descoberta por um amigo de Rod Stewart a cantar nas ruas de Glasgow. Uma semana depois actuou perante uma audiencia de centenas:

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Dias dificeis

Nem todos os dias temos as condicoes perfeitas para realizar o que desejamos. Por falta de sono, excesso de alcool no dia anterior, cancaco, problemas pessoais, etc. Estas funcionam muitas vezes como uma excelente desculpa para nao atingirmos o que queremos. Lembro-me principalmente durante os tempos de universidade de ouvir comenta'rios do tipo:

Fui de ressaca para o exame, claro que nao me podia ter corrido bem!
(Sera' que foi da ressaca ou por nao teres estudado? A ressaca neste caso foi muito conveniente, nao?)

Oh pah, ouvi dizer que o exame ia ser uma razia!
( Ainda bem para ti! Assim ficas a fazer parte da maioria :) )

E dos tempos de trabalho:

A net esta' em baixo! Vamos tomar cafe'
(Pois, parecer ocupado sem google nem msn e' complicado!)

A ma'quina de cafe' avariou.. nao vou conseguir fazer nada hoje!
( Sim, a cafeina ia fazer as coisas por ti... )

Com este calor nao consigo fazer nada
(Quando estava frio era o frio... )

Nas alturas em que nao estamos nas nossas melhores condicoes, caso nao compensemos com um esforco acrescido, algumas vezes o dobro ou o triplo, nao atingiremos o que precisamos e a consequencia disso sera' ficarmos ainda mais em baixo e em piores condicoes que as iniciais. Isto apenas leva a falhar mais e a ter cada vez mais motivos para ficar em baixo e a tentar justificar isso. Penso que o objectivo obvio deve ser sempre sentirmo-nos o melhor possivel connosco. Por isso, por muito que custe temos de cerrar os dentes nas piores alturas e fazer o que temos a fazer...

...resultando numa inspiracao sorridente ao ouvir um elogio sobre o que atingimos :)

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Johnny Cash

Fantástico...

Almoco com "Managers"...

SW Designer 1: Sabes que se pode comprar terrenos na lua! Ja' compraste algum?
SW Designer 2: Sim, comprei um pegado ao teu...
SW Designer 1: E tu *****, compraste terrenos na lua?
Manager: Pode-se jogar golf na lua?
Eu: (Tirem-me daqui!)

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Liberdade

Freedom is just another word for nothing left to loose... Cruzei-me com esta frase... Sera'?!

Se fossemos um ponto numa linha temos a liberdade de nos deslocarmos em dois sentidos ou em nenhum. Mas caso optemos pela ultima, nao significa isto que a liberdade nao exista! Esta existe independentemente das escolhas que fazemos e nao passa a existir apenas por decidirmos usa-la. Escolher "nenhum sentido" pode aparentar falta de liberdade por o resulado aparente ser o equivalente a nao ter mais dimensoes disponiveis, mas e' uma escolha tao livre como outra qualquer!

Parece-me que a beleza de tudo reside em disfrutar da liberdade como queremos e nao condicionados por esta. Sendo esta plena como e' na sociedade em que estamos inseridos cabe-nos a no's decidir os caminhos que queremos seguir e nao seguir apenas por estes existirem.

Para qualquer numero de dimensoes superior a 1 temos a liberdade infinita de escolher o trajecto a percorrer. A liberdade na vida reside nisso, cabe-nos a no's escolher o que queremos para no's. Para todos os caminhos que tomamos, temos sempre algo 'a nossa espera. Em cada decisao apenas temos de avaliar a importancia que tem para nos o que deixamos para traz e o que teremos a ganhar.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Boas pessoas

O conceito de bem parece obvio quando visto aos olhos da maior parte das religioes. Com uma se'rie de regras basicas torna-se aparentemente simples levar uma vida de bem.

Mas, embora estas nos consigam impor uma moral, em que sentimos a necessidade de fazer o bem, e sentimos que nunca seriamos capazes de quebrar nunhuma dessas regras. Penso que o bom senso e' suficiente para compreender e sentir naturalmente essas regras (embora o temor de um castigo eterno seja um incentivo para muitos). Mas o que fazemos quando temos uma decisao etica pela frente que implica quebrar a nossa moral?

Por exemplo: Vamos a conduzir com a nossa mais que tudo ao lado, e do lado esquerdo alguem se atravessa na estrada. Temos duas opcoes: ou nos desviamos para a direita e embatemos lateralmente na arvore que la esta' ou atropelamos a pessoa que nos apareceu 'a frente. Qualquer uma das opcoes implica a morte de uma ou outra pessoa. Nao existe outra opcao senao estas duas. O que devemos fazer nesta situacao? Esta decisao e' independente de quem sao as pessoas, ou seja, quem e' o passageiro e quem e' a pessoa na estrada?

Quebramos com esta situacao a nossa moral? Ficamos, segundo a religiao, a merecer o eterno castigo por termos quebrado uma das regras fundamentais?

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Consequencias da Felicidade

Quando me visualizo feliz, imagino-me num momento de prazer. Reflectindo sobre a ligacao entre as duas, o prazer nao traz felicidade, mas uma consequencia natural da felicidade e' certamente o prazer. Uma interpretacao directa desta frase podera' ser usar o prazer como uma medida da nossa felicidade mas... podendo o prazer artificial ser facilmente encontrado, existe o risco e a tentacao de encobrir a infelicidade com prazer. Ao usar o prazer como forma de compensar a infelicidade apenas passamos a associar o prazer a esta e penso que saturamos o processo que nos faz sentir bem.

Sendo nos dias de hoje o acesso a tudo tao rapido e directo, nem sempre e' obvio que a felicidade constroi-se solida e lentamente dia apo's dia. Visualizarmos aquilo que somos e em cada pequena accao pondo tudo o que temos de melhor, torna-se natural sentir um prazer so'lido e verdadeiro. Todas as actividades que executamos neste estado, todas as pessoas com quem interagimos e tudo o que vemos faz-nos sentir mais vivos e ainda mais motivados para a cada dia continuarmos a ser o que realmente nos faz felizes:

Simplesmente no's :)

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Inicio



Mondrian, Piet
Rhythm of Black Lines

"Inicio" ... Sera' que o inicio de tudo o que imaginarmos pode ser determinado? E' uma questao para a qual nao se encontra facilmente uma resposta.. durante alguns segundos :) Desenhando linhas sobre uma folha de papel, temos tanto a possibilidade de a iniciar num ponto e terminar noutro, como a de voltar exactamente ao ponto de origem. Com esta ultima hipo'tese, ficam os seus extremos indefinidos e podemos continuamente percorrer esta linha para sempre. Apenas podemos faze-lo pois temos a liberdade de sentido em todas as direccoes disponiveis na folha. Se uma das dimensoes estivesse limitada a apenas um sentido, como numa folha continua de um sismo'grafo, para mostrar a outros que a linha nao tem um fim definido, teriamos de passar a eternidade com a caneta na folha, ou pelo menos ansiar que a vida dos observadores nao fosse eterna :) Desconhecendo o fim deste blog, posso apenas escrever sobre como comecou... Sobre o teclado do computador, apo's tirar o olhar do horizonte comecei a escrever: "Inicio" ...