sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Desafios...


Nao estarei aqui durante a pro'xima semana...

... quem me procurar podera' encontrar-me no topo de uma montanha enquanto solto o olhar para baixo sentindo a adrenalina crescer num silencio ensurdecedor apenas interrompida pelo zumbir do vento. Inspirando coragem, ecoa o som do deslizar lateral do ski pela neve passando o ponto de nao retorno... Resta-me a partir deste momento sentir a concentracao a crescer, o vento gelado a abafar o sorriso enquanto a velocidade comeca a criar a sensacao de inseguranca que me faz procurar o atrito que me mantem seguro. Sentindo o corpo sujeito a todas as irregularidades da neve, passo por pontos em que o declive permite desfrutar da paisagem 'a volta e sentir a beleza deste ambiente tao hostil.

Ao atingir o ponto mais baixo, olho para cima, e suspiro uma admiracao e respeito pela grandeza da montanha que acabei de desafiar.

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Top Down vs Bottom Up


Existem duas formas de enfrentar um problema: De cima para baixo e de baixo para cima.

Quando abordamos um problema de baixo para cima, comecamos por pensar nos elementos mais basicos e vamos construindo em cima deles. Relacionando esses elementos, compreendendo como a partir de alguns conceitos simples podemos ir construindo algo maior, comecamos a criar algo grandioso. Notamos que certas partes podem ser separadas umas das outras para facilitar a implementacao ou compreensao, e vamos assim subindo, criando blocos maiores de elementos que se continuam a relacionar entre si. A todo o momento temos plena consciencia de tudo o que se passa em cada parte do processo e vamos optimizando e separando cada vez melhor os conceitos envolvidos ate' que chegamos 'a solucao do problema (da qual normalmente nao vemos um fim). Normalmente este padrao encontra-se em pessoas curiosas, investigadores ou em geral Filo'sofos (Amigos do conhecimento) :)

Com uma abordagem de cima para baixo vemos o problema que queremos resolver e imaginamos como podemos decompo-lo. Pensamos em blocos grandes e como cada um deve contribuir para a solucao. Debrucamo-nos sobre cada um destes e continuamos a subdividi-los em blocos mais pequenos ate' atingirmos os blocos elementares que temos disponiveis. Conseguimos desta forma rapidamente decompor o problema e a sua resolucao torna-se mais previsivel. Este padrao encontramos em Engenheiros, Gestores e Lideres. Um problema 'a partida impossi'vel, torna-se desta forma uma se'rie de problemas simples.


Uma questao que se pode colocar para encontrar em que perfil nos encaixamos e':

"Consegues comer um elefante inteiro?"

E a resposta pode ser uma de duas:

(Imaginamo-nos a comecar a comer um elefente inteiro e reparamos que rapidamente ficamos cheios e respondemos) :
"Nao, um elefante e' tao grande que nao consigo come-lo!"

ou

"Sim, aos bocados..."
(E imaginamo-nos a separar o elefante em partes individuais que podemos comer e a planear como e quando comer cada bocado)

:)

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

If you want to make an apple pie from scratch, you must first create the universe.
Carl Sagan


Ele: Ha' quem critique o facto de alguem se especializar em tecnologias especificas
Eu: pois...
Ele: Mas imaginando um exemplo absurdo de alguem que sabe programar sem ter conhecimento de solucoes tecnologicas disponiveis, por melhor que seja, se tiver de implementar um sistema de informacao, fa-lo-ha' de raiz, com ficheiros proprios a guardar os dados, reinventa uma estrutura, inventa sistemas de apontadores internos, tudo coisas que ja' estao feitas . O esforco para realizar isso dessa forma cresce exponencialmente!
Eu: (Silencio)
Eu (pensamento) : Houve quem apesar do limitado tempo que tinha cometesse esse erro. Apesar de o fim ter sido atingido com sucesso, o esforco envolvido foi enorme... E a disponibilidade mental fica desnecessariamente bloqueada com a constante procura de solucoes para problemas ja' resolvidos...

Eu: Bem... bom apetite ;)

E' so' um jogo...


E' so' um jogo...

O pescoco contrai, cada movimento resulta num estalar dos tendoes, a visao afunila, a respiracao controlada ensurdece-nos. Sentimos cada batida do coracao a propagar-se no corpo. Deixamos de ter consciencia de no's. Apenas o objectivo imediato, herdado dos instintos primitivos permanece. Cada movimento que temos algures gravado em no's sai graciosa e inconscientemente. Nao sentimos dor nem cansaco, todas as lesoes ou feridas desaparecem por momentos. Apenas interessa o que precisamos de fazer naqueles momentos. Os limites impossiveis tornam-se uma necessidade.

E' so' um jogo...

Deixamos que este estado seja atingido durante um jogo. Nao hesitamos em faze-lo quando precisamos. A respiracao quente do adversario sentimo-la 'a distancia, o nosso olhar fixa-se nele e atacamos com toda a forca que temos. Gritamos. De repente tudo termina com um sorriso de saciedade.

Adormecemos.


Foi so' um jogo...

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Há memórias que guardamos para sempre connosco. Um dos primeiros cd's que me lembro de ouvir, talvez com uns 9 anos, e' um album de Rod Stewart me acompanha até hoje (agora em LP!). Quem me conheceu com 18-19 anos, lembra-se certamente da cassete preta que era uma presenca constante no meu carro. Todos os dias ao conduzir para a estacao de manha, voltar ao fim da tarde para casa, ir para o treino à noite e finalmente a voltar, estas musicas acompanhavam-me a cada momento.

Amy Belle foi descoberta por um amigo de Rod Stewart a cantar nas ruas de Glasgow. Uma semana depois actuou perante uma audiencia de centenas:

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Dias dificeis

Nem todos os dias temos as condicoes perfeitas para realizar o que desejamos. Por falta de sono, excesso de alcool no dia anterior, cancaco, problemas pessoais, etc. Estas funcionam muitas vezes como uma excelente desculpa para nao atingirmos o que queremos. Lembro-me principalmente durante os tempos de universidade de ouvir comenta'rios do tipo:

Fui de ressaca para o exame, claro que nao me podia ter corrido bem!
(Sera' que foi da ressaca ou por nao teres estudado? A ressaca neste caso foi muito conveniente, nao?)

Oh pah, ouvi dizer que o exame ia ser uma razia!
( Ainda bem para ti! Assim ficas a fazer parte da maioria :) )

E dos tempos de trabalho:

A net esta' em baixo! Vamos tomar cafe'
(Pois, parecer ocupado sem google nem msn e' complicado!)

A ma'quina de cafe' avariou.. nao vou conseguir fazer nada hoje!
( Sim, a cafeina ia fazer as coisas por ti... )

Com este calor nao consigo fazer nada
(Quando estava frio era o frio... )

Nas alturas em que nao estamos nas nossas melhores condicoes, caso nao compensemos com um esforco acrescido, algumas vezes o dobro ou o triplo, nao atingiremos o que precisamos e a consequencia disso sera' ficarmos ainda mais em baixo e em piores condicoes que as iniciais. Isto apenas leva a falhar mais e a ter cada vez mais motivos para ficar em baixo e a tentar justificar isso. Penso que o objectivo obvio deve ser sempre sentirmo-nos o melhor possivel connosco. Por isso, por muito que custe temos de cerrar os dentes nas piores alturas e fazer o que temos a fazer...

...resultando numa inspiracao sorridente ao ouvir um elogio sobre o que atingimos :)

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Johnny Cash

Fantástico...

Almoco com "Managers"...

SW Designer 1: Sabes que se pode comprar terrenos na lua! Ja' compraste algum?
SW Designer 2: Sim, comprei um pegado ao teu...
SW Designer 1: E tu *****, compraste terrenos na lua?
Manager: Pode-se jogar golf na lua?
Eu: (Tirem-me daqui!)

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Liberdade

Freedom is just another word for nothing left to loose... Cruzei-me com esta frase... Sera'?!

Se fossemos um ponto numa linha temos a liberdade de nos deslocarmos em dois sentidos ou em nenhum. Mas caso optemos pela ultima, nao significa isto que a liberdade nao exista! Esta existe independentemente das escolhas que fazemos e nao passa a existir apenas por decidirmos usa-la. Escolher "nenhum sentido" pode aparentar falta de liberdade por o resulado aparente ser o equivalente a nao ter mais dimensoes disponiveis, mas e' uma escolha tao livre como outra qualquer!

Parece-me que a beleza de tudo reside em disfrutar da liberdade como queremos e nao condicionados por esta. Sendo esta plena como e' na sociedade em que estamos inseridos cabe-nos a no's decidir os caminhos que queremos seguir e nao seguir apenas por estes existirem.

Para qualquer numero de dimensoes superior a 1 temos a liberdade infinita de escolher o trajecto a percorrer. A liberdade na vida reside nisso, cabe-nos a no's escolher o que queremos para no's. Para todos os caminhos que tomamos, temos sempre algo 'a nossa espera. Em cada decisao apenas temos de avaliar a importancia que tem para nos o que deixamos para traz e o que teremos a ganhar.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Boas pessoas

O conceito de bem parece obvio quando visto aos olhos da maior parte das religioes. Com uma se'rie de regras basicas torna-se aparentemente simples levar uma vida de bem.

Mas, embora estas nos consigam impor uma moral, em que sentimos a necessidade de fazer o bem, e sentimos que nunca seriamos capazes de quebrar nunhuma dessas regras. Penso que o bom senso e' suficiente para compreender e sentir naturalmente essas regras (embora o temor de um castigo eterno seja um incentivo para muitos). Mas o que fazemos quando temos uma decisao etica pela frente que implica quebrar a nossa moral?

Por exemplo: Vamos a conduzir com a nossa mais que tudo ao lado, e do lado esquerdo alguem se atravessa na estrada. Temos duas opcoes: ou nos desviamos para a direita e embatemos lateralmente na arvore que la esta' ou atropelamos a pessoa que nos apareceu 'a frente. Qualquer uma das opcoes implica a morte de uma ou outra pessoa. Nao existe outra opcao senao estas duas. O que devemos fazer nesta situacao? Esta decisao e' independente de quem sao as pessoas, ou seja, quem e' o passageiro e quem e' a pessoa na estrada?

Quebramos com esta situacao a nossa moral? Ficamos, segundo a religiao, a merecer o eterno castigo por termos quebrado uma das regras fundamentais?

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Consequencias da Felicidade

Quando me visualizo feliz, imagino-me num momento de prazer. Reflectindo sobre a ligacao entre as duas, o prazer nao traz felicidade, mas uma consequencia natural da felicidade e' certamente o prazer. Uma interpretacao directa desta frase podera' ser usar o prazer como uma medida da nossa felicidade mas... podendo o prazer artificial ser facilmente encontrado, existe o risco e a tentacao de encobrir a infelicidade com prazer. Ao usar o prazer como forma de compensar a infelicidade apenas passamos a associar o prazer a esta e penso que saturamos o processo que nos faz sentir bem.

Sendo nos dias de hoje o acesso a tudo tao rapido e directo, nem sempre e' obvio que a felicidade constroi-se solida e lentamente dia apo's dia. Visualizarmos aquilo que somos e em cada pequena accao pondo tudo o que temos de melhor, torna-se natural sentir um prazer so'lido e verdadeiro. Todas as actividades que executamos neste estado, todas as pessoas com quem interagimos e tudo o que vemos faz-nos sentir mais vivos e ainda mais motivados para a cada dia continuarmos a ser o que realmente nos faz felizes:

Simplesmente no's :)

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Inicio



Mondrian, Piet
Rhythm of Black Lines

"Inicio" ... Sera' que o inicio de tudo o que imaginarmos pode ser determinado? E' uma questao para a qual nao se encontra facilmente uma resposta.. durante alguns segundos :) Desenhando linhas sobre uma folha de papel, temos tanto a possibilidade de a iniciar num ponto e terminar noutro, como a de voltar exactamente ao ponto de origem. Com esta ultima hipo'tese, ficam os seus extremos indefinidos e podemos continuamente percorrer esta linha para sempre. Apenas podemos faze-lo pois temos a liberdade de sentido em todas as direccoes disponiveis na folha. Se uma das dimensoes estivesse limitada a apenas um sentido, como numa folha continua de um sismo'grafo, para mostrar a outros que a linha nao tem um fim definido, teriamos de passar a eternidade com a caneta na folha, ou pelo menos ansiar que a vida dos observadores nao fosse eterna :) Desconhecendo o fim deste blog, posso apenas escrever sobre como comecou... Sobre o teclado do computador, apo's tirar o olhar do horizonte comecei a escrever: "Inicio" ...